Quero aplicar a miña ciencia á lingua para pintar a face do noso maior ben colectivo: o galego







xoves, 29 de agosto de 2019

Valentín García, aprendiz de Judas

por Joaquim Uveiro, en Galiza Livre:



O atual secretario xeral de Política Lingüística responde a esse perfil tam habitual na pinheirista cultura autonómica do cuco fala-barato. Esse ser sem talento que vai ocupando quotas de importância na estrutura de poder autonómico desde o oportunismo e o amiguismo. O sipaio que usurpa a representaçom da identidade resistente e a folcloriza para justificar a colonizaçom em troca dum posto no organigrama de dominaçom. A sua trajetória paradigmática oferece-nos umha maior comprensom do modelo cultural neocolonial em que se alicerça o Regime do 78 no nosso país.


A maldiçom de Malinche

O medíocre licenciado em Filologia Galego-Portuguesa Valentín Garcia atingiu a vaga de técnico de Política Linguística do concelho da Estrada em 1994. Era alcaide o inefável Campos Durán e o processo de seleçom ergueu na vila rumores de enchufismo. Nado numha freguesia da vizinha Silheda, a atividade de Valentín consistiu de sempre em procurar reconhecimento nas diretivas de quanto espaço cultural “despolitizado” ou culturalista encontrou. O posto no concelho ajudou-lhe enormemente nessa angueira. Foi presidente do Recreo Cultural da Estrada, secretário da Fundación Castelao e membro do padroado da Fundación Neira Vilas. Ao converter-se num dos primeiros técnicos de normalizaçom linguística, deu-se inserido doadamente nas gorentosas estâncias do Consello da Cultura Galega. Assim, foi membro da sua Comisión de Seguimento do Centro de Documentación Sociolingüistica. Do mesmo jeito, virou-se presidente da Coordinadora de Traballadores/as de Normalización da Lingua (CTNL) de 1996 até 2002. Responsabilidade que empregou para fazer-se visível no movimento normalizador mais moderado e aumentar os contatos com a administraçom fraguista simultaneamente.

Em 2009, o PP expulsou o bipartido da Xunta numha campanha alimentada polo supremacismo linguístico espanhol. Valentín falou esse ano na assembleia de Queremos Galego da Estrada contra os “ignorantes” que “querem acabar com a nossa língua”. Mas a estratégia de Feijoo para a espanholizaçom do ensino requeria de pessoas como Valentín. O sociolinguista Anxo Lorenzo abriu caminho ao aceitar a Secretaría Xeral de Política Lingüística em 2009 para erradicar os mínimos avanços do bipartido em que ele próprio participara. Lorenzo apostou ao prestígio na estrutura política do regime frente a qualquer banal pretensom de reconhecimento académico. Que lhe importava o desprezo internacional de quatro catedráticos face às palmadinhas no lombo, os protocolos, as ceias de notáveis e o ingresso duplicado a fim de mês? Ao narcopresidente cumpriam-lhe “galeguistas” que acalmassem a parte moderada da oposiçom à sua política de extermínio linguístico. Lacaios que soubessem lidar com os agentes da cultura subvencionada do pinheirismo institucional com sorrisos, homenagens e dádivas. Em 2012, Anxo Lorenzo assumiu a Secretaría Xeral de Cultura e Valentín passou a ser o novo secretário xeral de Política Lingüística.
Valentín reunido com Gloria Lago, presidenta de Galicia Bilingüe

Todo parecia um sonho para o de Silheda: triplicava os ingressos, podia exercer de dador de favores e mesmo recebia reconhecimento de carom de persoeiros da cultura galega. Incluso resultavam as suas habilidades sociais para disfarçar o agressivo ataque ao idioma dos governos Feijoo, ajudado sempre por pseudo-culturetas devecentes de publicaçons e contratos. Porém, estoupou o conflito do professorado CELGA nos focinhos do vira-jaquetas e a festa amargou-se a golpe de escraches e ocupaçons. Ele, que reivindicara de boquinha para fora o mesmo que os mobilizados quando presidente da CTNL, negava-se agora a qualquer concesom. Trabalhadoras sem contratos nem segurança social durante décadas que simplesmente exigiam a legalizaçom da sua situaçom laboral. A fechaçom de Valentin deu em perdas milhonárias para a administraçom tanto em multas da inspecçom de trabalho, como em indenizaçons e em sançons do Tribunal Superior de Justicia, até onde teimou em chegar recorrendo todas as sentenças. A sua derrota judicial foi absoluta e todas as trabalhadoras tivérom que ser incorporadas como pessoal laboral e compensadas. Polo caminho, outros tantos centos de milheiros de euros em processos judiciais saindo das arcas públicas.
Concentraçom do professorado CELGA diante da Secretaría Xeral de Política Lingüística durante o conflito.

A dupla estratégia do PP consistia em alouminhar os lombos do galeguismo moderado com proclamaçons e dinheiro enquanto aplicava por detrás umha política de extermínio cultural. Mesmo o reintegracionismo mais institucionalista esmoreceu ao seu engado. Com apenas promessas indefinidas de cumprimento da Lei Paz Andrade e quatro vagas de professor de Português nas oposiçons de secundária deste ano, a metade que na Extremadura, alguns aplaudírom com as orelhas. Porém, trás o pano, num jantar de trabalho de ainda há um mês, a secretaria recomendou-lhes oficiosamente a entidades culturais dependentes dela que escrevessem com “B” e “LL” o Carvalho Calero das celebraçons do vindouro ano. Punho de ferro em luva de seda personificado no dualismo Valentín-directora xeral que o conflito CELGA figera imprescindível pola incapacidade do arribista para qualquer gestom. Umha mulher forte do aparato pepeiro que leve a Secretaria na prática enquanto García vende fume para fora. A parelha relaçons públicas-porteiro de discoteca tam familiar para a mafia nocturna do PP nas Rias Baixas.


Nestes anos, sem se enroivar, Valentín valorizou como positivos os piores dados sociolinguísticos da história do nosso idioma, justificou a proibiçom de dar as aulas das ciências em galego e mesmo entendeu a Pablo Casado quando ameaçou com rebaixar o status legal da línguas cooficiais. No entanto, encheu a boca de lérias vougas em atos literários, banquetes e apresentaçons várias. Um dom Celidónio atual que agoira um bom futuro para o idioma enquanto o seu governo o erradica do ensino infantil e primário, sempre sorrindo.

O escândalo das provas CELGA de 2019

Se calhar, o panorama dos CELGA é o que melhor permite valorizar a obra de García. A derrota judicial contra o professorado só demorou o desmantelamento do certificado de galego para adultos. Em 2009, realizavam-se 100 cursos abrangendo todo o território e as provas tinham lugar nas capitais de província para facilitar a assistência. Em 2019, a província de Ourense ficou sem cursos e todas os exames se realizárom em Compostela e Ponferrada. Umha desempregada de Verim que precisasse do certificado teria que pagar aulas privadas e viajar até Santiago de noite. Em 2009, os exames orais do CELGA 4 efetuavam-nos duas pessoas por candidato que se alternavam nas funçons de avaliadora e entrevistadora num mesmo dia. Em 2019, umha única pessoa entrevista e avalia 30 candidatos em dous dias consecutivos incumprindo o marco europeu de referência. Nessa linha, em 2019, as avaliadoras vírom como se triplicava o número de exames escritos (sobre 100 por cabeça) que tinham que entregar pontuados no mesmo prazo invariável de três semanas. Obviamente, deste jeito a qualidade da avaliaçom míngua. Pola mesma, as sentenças que dérom a razom ao professorado avaliador do CELGA estabelecem que só elas podem realizar essas funçons e sancionárom à Xunta polo emprego de fura-greves das Escolas de Idiomas e secundária durante o conflito. Se o seu número nom for avondo para essa tarefa, a administraçom tem de convocar novas vagas. Porém, este ano, Valentin voltou empregar esses mesmos fura-greves como avaliadores postos a dedo (Andrés Temprano Ferreiro é o mais representativo) com a intencionalidade de aumentar “artificialmente” o baixíssimo número de aprovados. Sem cursos de formaçom, logicamente, resulta mais difícil superar os exames. Também por isso há dous anos, Manuel Nuñez Singala, bem pago colaborador da Secretaria e encarregado oficioso das provas CELGA, ordenou infrutuosamente aos avaliadores que aprovassem os candidatos a CELGA 4 ainda que nom empregassem o nosso sistema fonológico. Quer dizer, que rebaixassem a exigência estabelecida pola lei e o marco europeu para camuflar a desfeita do sistema ao tempo que dialectizavam o galego no espanhol.

Colaboracionismo enxebrista

Em 2016, Valentín, disfarçado de peregrino, entrou a fazer parte da Enxebre Orde da Vieira de Madrid a rente dum coronel do exército espanhol, um diretivo da Universidade San Pablo e outro da Disney. Longe ficava a sua acendida arenga de 2009 contra aqueles que nos queriam “cortar a nossa língua de raiz” na assembleia de Queremos Galego da Estrada. Nesta vila é onde segue a viver e a passear, sempre sorridente. Alheio aos dedos acusadores, como Anxo Lorenzo, confia na impossibilidade dumha ruptura que os sepulte no vertedoiro da história. Pois atingirmo-la seria o seu pior castigo.

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