Quero aplicar a miña ciencia á lingua para pintar a face do noso maior ben colectivo: o galego







mércores, 23 de maio de 2012

Para quê?

por Valentim Fagim, en Sermos Galiza:

Umha das bondades do facebook é oferecer debates interessantíssimos sobre todos os temas por parte de nom especialistas. Até a mim chegou um deles polo facto de ser citado na conversa e a linha central da mesma era, em termos mais ou menos técnicos, se havia que aceitar o grau de castelhanizaçom das falas galegas ou, polo contrário, havia que criar um modelo de língua que oferecesse em seu lugar formas genuínas, ainda que estas nom estivessem generalizadas socialmente.
É um debate antigo. Pode-se rastrejar na nossa história desde a segunda metade do s. XIX. No caso da conversa citada, eram dous adolescentes a sustentar ambas as posturas, o que é esperançoso.
Na verdade, partamos de umha evidência: o mais fácil é falar como se ouve e escrever como se lê. Reconheçamos que ouvir ao longo de um mês 100 vezes a palavra “silla” e dizer “cadeira” ou ler “inglés” e escrever “inglês”, nom deixa de ser um ato de vontade, para alguns heroico, para outros caprichoso.
Porque haveríamos de fazer esse esforço? Porque nom se deixar arrastar polo rio e sentir a calidez da corrente fluvial nas nossas costas...bom, essencialmente porque o rio acaba numha fervença de cem metros de altura com uns rochedos ao fundo.
A grande pergunta que nos temos que fazer, individual e coletivamente, é para que queremos a língua que estou a escrever. As respostas a esta pergunta som numerosas. “Para falar com os colegas”, “Como um símbolo de galeguidade”, “Para fazer mapas de isoglossas”, “Para que me a Junta me pague o letreiro Froitas Seoane ”, “Para viver nela dia a dia”, “Para que seja a língua nacional da Galiza”.
Se somos sinceros com a nossa resposta, o debate sobre que fazer com a castelhanizaçom patente da nossa variante linguística, desenreda-se e flui serenamente como os rios sem centrais hidroelétricas.

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