Quero aplicar a miña ciencia á lingua para pintar a face do noso maior ben colectivo: o galego







martes, 18 de setembro de 2012

Converter cada falante em normalizador/a

por Txerra Rodríguez. Publicado orixinalmente na revista Argia (Luz, en euskera), foi traducido ao galego en Galicia Confidencial:


Nom é mui frecuente achar aqui, em Euskal Herria, as palavras justiça social e normalizaçom lingüística na mesma frase. Nom é mui frecuente aqui escuitar a seguinte pergunta: Pode-se ser feminista e viver em castelám? Por todo isso, decidim ir en julho a Galiza, a um curso de verao.
O curso foi em Carvalho, na Corunha. O curso estava organizado pola CTNL (Coordinadora de Traballadores/as de Normalización da Lingua, a associaçom de persoal técnico de normalizaçom galega) e pola universidade da Corunha e durou três dias. Para o curso, convidarom a falar em público a feministas, ecologistas, imigrantes, ativistas, militantes a favor dos direitos das lesbianas, mocidade e demais.
Atuar a favor do galego é justo, é umha causa justa. E o galego tem que unir-se ao resto de causas justas. Éssa é a conclusom fundamental á que chegarom as persoas organizadoras do curso. Pero eu tamém tirei outras conclusons, que penso que se podem aplicar no nosso país sem demasiada dificultade.
Mais dumha ponhente e dalgum participante falou de autoconfianza, ou dizendo o mesmo com outras palavras: orgulho, empoderamento. Até o de agora quem trabalhou a favor do galego trabalhou muito nas funçons de mais alto rango: universidade, médios de comunicaçom, administraçom, justiça. Em funçons de alto rango e muitas vezes exigindo á administraçom.
Mas parece que as cousas estám a mudar, ainda que seja pouco a pouco. Nos últimos tempos aparecerom medios de comunicaçom mediante participaçom popular (Sermos, Praza, Dioivo), escolas ou projectos de escola mediante participación popular (Semente, a iniciativa Galiza co galego), novos modelos de intervençom normalizadora (Modelo Burela), etcétera.
Talvez chegou o momento de dar a ciaboga, como dixerom nas jornadas. Talvez chegou o momento de cambiar a estratégia. Isso nom significa de ningum jeito que se tenha que deixar a um lado o trabalho a favor das funçons de alto rango, nem significa que se tenha que deixar de exigir á administraçom que cumpra o que deve cumprir. De ningum jeito. Mas, ao melhor, chegou o momento de abrir novos caminhos, novas linhas de trabalho.
Mimar as persoas falantes
Até o de agora nom se tratara com a profundidade que se devería ás persoas falantes de galego, até o de agora nom se trabalharom como se deveriam as actitudes das persoas falantes, nom se trabalhou diretamente sobre a lealdade lingüística. E talvez chegou o momento de cuidar os falantes e as falantes de galego, de arroupa-los, já que eles e elas som os verdadeiros motores da normalizaçom.
Há que dar mais importáncia ás práticas cotiás das persoas galegofalantes, há que dar-lhe folgos á lealdade. É imprescindível ter falantes que estejam plenos de orgulho e confianza. Cada comunidade debe intentar dirigir-se a si mesma, debe intentar cuidar-se a si mesma. E para isso é necessário contar com falantes que cream na propia comunidade.
Tamém é convinte aprender doutros movimentos sociais -que defendem tamém causas justas- as ferramentas que usam e intentar adaptar á normalizaçom lingüística: por exemplo, as estratégias de empoderamento que usa o feminismo, as técnicas para fundir prejuíços, as formas de luita e negociaçom que há que levar com a administraçom…
O objetivo: criar e proteger as persoas falantes que nos sirvam de modelo. Porque cada persoa que fala galego é um agente normalizador, é um sujeito do cámbio (ou mantemento) lingüístico. As persoas falantes de galego devem interiorizar que elas tamém som agentes normalizadores e adecuar polo tanto as suas atitudes lingüísticas. E, para isso, é necessário mimar as persoas falantes.
Tratarom-se ali outros muitos temas: falou-se de sostibilidade lingüística, de transmisom familiar, da volta ao rural, de imperialismo lingüístico, de justiça, de redes horizontais, de Internet,…
Salvando as distáncias, o ouvido e vivido nessas jornadas nom é mui diferente do que podemos ouvir e viver em jornadas similares aqui. É mais, em muitos casos onde diziam Galiza podia-se pór Euskal Herria e a situaçom seria quase igual. Isso si, enriquece-se muito um recolhendo diferentes preocupaçons e vivéncias.
Modelo Burela
Burela é umha vila da Marinha de Lugo, que tem uns 12.000 habitantes. Desde fai sete anos esta-se a realizar umha intervençom sociolingüística conhecida como Modelo Burela. Tenhem um plano lingüístico singular ali.
É um plano feito de abaixo arriba, protagonizado polo alunado e professorado do liceu e aceptado polo concelho por unanimidade. É um plano participativo levado adiante pola gente nova, professorado e cidadania de Burela. No tenhem persoal técnico de normalizaçom.
Até o momento, cada ano trabalharom sobre um tema: cemitério, notarias, comércio, igreja, sanidade, música. Dam-lhes umha especial atençom aos novos falantes, assi como tamém ás persoas imigrantes. Em Rádio Burela fazem um programa semanal chamado Projecto Neo. Em cada programa participa umha o várias persoas que aprenderom o galego como adultos. O Modelo Burela recebeu numerosos prémios na Galiza e em Espanha á inovaçom pedagógica. Escrevendo “Modelo Burela” na rede, podereis achar um documentário de arredor dumha hora. Ademais proximamente na canle multimédia de Argia achareis umha reportagem sobre este projecto.
Txerra Rodríguez
Revista Argia, setembro 2012.

Ningún comentario:

Publicar un comentario