Quero aplicar a miña ciencia á lingua para pintar a face do noso maior ben colectivo: o galego







xoves, 30 de maio de 2013

Língua galega e Cia, Sociedade Limitada

por Henrique Egea Lapina, no Terra e Tempo:


Para continuar com a análise da colonização do nosso país [já falei na memória histórica e em aspectos do dia a dia] não podo resistir-me a tratar o controvertido tema da língua pois, nos últimos tempos, venhem acumulando-se diversos feitos deste sector (o culebrão da RAG., as queixas dos editores, as mudanças de opção lingüística de alguns autores, a proposta de legislativa popular Paz Andrade...)

Como noutras entregas, deitarei uma olhada ao longo da etapa “democrática”sobre as decisões lingüísticas dos governantes e algumas consequências.

Alá, nos longínquos oitenta existiam, como existem hoje, duas vias conceptuais para a normativização do nosso idioma. Uma era, e é, a via de reintegrá-lo na corrente da lusofonia com mais ou menos intensidade (mínimos e máximos reintegracionistas). A outra via era, e é, mantê-lo isolado do exterior apenas asumindo a evolução, natural, provocada pola erosão do espanhol (isolacionismo).

Nessa altura, uma instituição da Universidade compostelã, conhecida como ILG (Instituto da Língua Galega, por que não a RAG?) dá á luz as “normas ortográficas e morfolóxicas da lingua galega”. Este documento nascera da tradição piñeirista (que é tanto como dizer do galeguismo “bem entendido” e aceitável polo Franquismo), como um meio para dar estátus de língua oficial à “humilde e popular” “fala” galega mas adquiriu ademais outra função. Esgrimido polo poder político como exclusivo e excluinte código normativizador, converteu-se na pedra de toque para seleccionar quem seria o elegido e quem não para receber os futuros benefícios (económicos, académicos e sociais) e prevendas da “normalização” lingüística, baseada no axioma “defender a língua é defender a normativa ILG”. Assim nasceu uma “comunidade de interesses” financiada pola Xunta, gerida polo támdem ILG-RAG e coreada por numerosos socios anónimos convencidos ou seduzidos polo futuros beneficios.
E, de passo, (tal vez este era o autêntico objectivo) o poder colonial aniquilava toda esperança de um futuro “suntuoso e proletário” para a nossa língua encurralando-a num território limitado, cuma sociedade eivada e virada sempre para o modelo do espanhol. Pois os mesmos princípios da normativização “oficialista” foram, e seguem a ser, uma aceitação submissa do estado de creoulização do idioma ocidental neste recanto do mundo, ignorando toda outra consideração. De sermos órfãos e sozinhos no mundo (como o Euskera, por pôr um exemplo) não duvido que seria uma opção mas é que os próceres da pátria negaram, e negam ainda, toda vinculação com o português, quer aquém ou além atlântico.
Não vou reproduzir a disputa que nestes 30 anos mantiveram(os) lusistas e isolacionistas, mentres o espanhol campeava vitorioso. Também não vou lembrar como o isolacionismo, empoleirado no poder que os seus membros criam ter, faziam o jogo ao espanhol convertendo-se, voluntariamente ou não, em braço executor do colonialismo cultural.

Os resultados estám á vista: a população mais nova usa o nosso idioma, qualquer que for a sua forma, notavelmente menos do que as gerações anteriores, num continuo descenso de utentes. Jesus! As profecias de Alonso Montero estám a se cumprir... será a profecia autocumplida? Mas também há que lembrar a parte de responsabilidade que tem a industria editorial galega (por não falarmos dos espectáculos). As consequências derivadas da escolha normativizadora antedita serviu para armar toda uma trama editorial. As editoriais não se regeram por princípios de qualidade e eficiencia económica. Ao contrário. Confiados (?) na bondade inquestionável do poder político (ferreamente detentado por um PP que votou contra a constituição, contra o estatuto de autonomia, contra a lei de normalización lingüística, contra... já nem lembro contra quantas coisas mais) tão “propenso à conservação e promoção” da nossa cultura e língua, os intelectuais galegos lançaram-se a uma política de produção e venda de livros cativa da subvenção das autoridades coloniais da Xunta (e controlada por empresas foráneas). Esta estrutura derivou numa sorte de negócio complementário do lingüístico e, necessariamente, limitado. Ainda assim muitos pensavam que ia ser um negócio redondo. E foi-no mentres soprarom ventos de feição.

Até agora era necessário comprar as vontades a base de financiar com dinheiro público a muita borralha que se produzia em quantidades industriais num país analfabeto no seu idioma e cum mercado cativo mercê á nunca bem estimada colaboração dos profes de “gallego”. Mas a via Fraga (calar os inconformistas promovendo e financiando um galeguismo regionalista) morreu com ele. A crise deu argumentos para limitar todas a verbas orçamentais a um presidente que alicerçou a sua campanha eleitoral no ataque directo ao idioma, quer doméstico (ILG) quer asilvestrado e internacional (lusista). Agora a anémia cultural galega é evidente. A sociedade de interesses quebrou (deixando fora a muitos assalariados culturais). A “industria” libreira não se sustenta por si mesma. É um ... ia dizer gigante com os pés de barro, mas... parez mais bem um anão esmagado pola sua própria sobérbia.

Hoje podemos escutar a acerrimos partidários do isolacionismo servindo-se do argumento elaborado pola Associaçom Galega da Língua (reintegracionista) de que mais galego serve para termos mais oportunidades no Brasil... para emigrar! Mas sem admitir, ainda, que Galego e Português são duas variedades diatópicas do mesmo e único idioma... Ainda não temos o nível do espanhol!

30 anos perdidos, 30 anos perdidos num caminho que se revela como uma via morta que levou alá milheiros de vontades e milhões de euros. E agora o golpe definitivo: A comisão liquidadora da RAG. Não concordo com Rivas na afirmação de ser a academia um lugar de resistência (desde dentro, e ocupados em conjugar o verbo triunfar na acepção madrilenha do termo, tal vez não seja possível ver o papel de ratificadores das directrizes das autoridades coloniais). Mas é verdade que a nova comisão directiva é uma equipa compacta dos mais fieis lacaios do poder antigalego. Será que não são conscientes das implicações ou é que é uma companhia limitada?

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