Estes dias esta-se a celebrar na cidade de Santiago de Compostela o festival “A nossa língua é mundial”, organizado pela “Associaçom Galega da Língua” (AGAL), comemorando o 30º aniversário desta. Um conjunto de atos variados e de muito interesse, como lançamentos de livros, mesas redondas, projeções e concertos, houvo ao longo da semana. Hoje sábado organizou-se lá um jantar lusófono, composto com pratos representativos de vários países de expressão galego-portuguesa. Além disso, atividades para as crianças e espectáculo de dança e música brasileiras.
A AGAL, nascida o 9 de Junho de 1981, já leva três décadas de trabalho intenso para dignificar e desenvolver a variante galega e para reintegrá-la na língua comum galego-portuguesa, falada e escrita fora da Península também no gigantesco Brasil, em cinco estados africanos, no Timor Leste e em territórios da Índia e da China. Uma verdadeira língua con carácter internacional e mundial. A quinta do mundo pelo número de falantes.
Fruto de trinta anos do labor imprescindível do reintegracionismo organizado surgirom “O Portal Galego da Língua”, centos de livros, palestras e atos diversos, que ajudarom a que o reintegracionismo siga avançando, e não só entre os filólogos. A acertada política de abertura da actual directiva de AGAL fai que também se estenda cada vez mais aos seitores sociais galegos mais cultos e concienciados com os problemas da língua. Em 1981 principiava a súa vida, hoje já há máis entidades que a acompanham no achegamento à cultura e aos povos da Lusofonia, como a “Academia Galega da Língua Portuguesa”, o “Instituto Cultural Brasil-Galiza”, a “Asociação de Amizade Galiza-Portugal”, a “Fundaçom Meendinho” e numerosos centros sociais e culturais situados nas cidades e vilas galegas.
A nossa língua, que agromou entre a Ponta de Estaca de Bares e o rio Douro, à vez na Galiza lucense e na bracarense, dilatou-se posteriormente com as suas variantes por outros continentes. Os mais salientáveis intelectuais galegos, a partir do Resurgimento apalparon a proximidade linguística com Portugal e, por tanto, com as suas antigas colónias. Grandes vultos, como Murguia, Branhas, Curros, Pondal, Vilar Ponte, Viqueira, Castelao, Guerra da Cal e Carvalho Calero, manifestarom de maneira clara esta realidade comum.
Em tempos de retrocesso geral do Galego a proposta oficial pelo isolacionismo linguístico não constitue umha saída viável. Ao contrário, diminue o prestígio social da nossa língua, dificulta a sua conservação e o seu desenvolvimento, marginaliçando-a e reduzindo-a no contexto estatal e no nacional a uma condição minoritária. O reintegracionismo fica no presente como a única alternativa possível e otimista para os seus falantes.
A língua galego-portuguesa, além de para andarmos por casa, permite a comunicação com mais de 270 millões de pessoas de diferentes nações. É mais internacional que a maioria das existentes na Europa. Seria insensato pois que aquí, na Galiza, na sua pátria primigénia, a deixásemos morrer, quando é tão rica, serve para qualquer uso e nos abre ao mundo.
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