Todos os artigos que nos recorden o incumprimento da CELRM por parte do goberno da Xunta son benvidos, incluso diría que necesarios. Por iso invito a ler especialmente este de Miguel Penas, en Praza:
Completaram-se vinte anos desde a assinatura da Carta europeia das línguas regionais e minorizadas, um documento de grande valor, redigido para reconhecer a pluralidade linguística do chamado velho continente e que significou um avanço mui positivo no caminho da igualdade e da nom discriminaçom por motivos da língua falada.
Todo isto, e muito mais, é o que devíamos estar realmente a comemorar no aniversário de tam marcante documento. Mas a realidade é bem diferente, mostra um Reino de Espanha que nom quer respeitar as leis e normas que ele próprio tem aceitado e ratificado no ámbito internacional. Umha situaçom denunciada polos coletivos e associações para a defesa do galego mas também polo Conselho de Europa nos seus relatórios periódicos.
Neste passado Setembro apareceu um novo relatório que voltava denunciar os descumprimentos da Carta que comete o Estado Espanhol. E ainda doe mais, e torna-se mais incompreensível, observar como a administraçom galega é cúmplice da estratégia do papel molhado impulsada do governo de Madrid. Este novo relatório fai especial ênfase na Educaçom e na Justiça, ámbitos em que denuncia importantes retrocessos frente aos escassos avanços anteriores.
Também é o Conselho de Europa quem volta chamar a atençom ao respeito da impossibilidade para poder sintonizar as televisões portuguesas na Galiza. Umhas férridas e escuras fronteiras audiovisuais que som excepçom numha Europa permeável ao tránsito linguístico e cultural. Nom é a primeira vez que da AGAL denunciamos esta situaçom. Desde 1992 tenhem sido várias as vezes que colaboramos para assinalar os descumprimentos da legalidade vigente em matéria linguística.
Nom será desta vez que desistamos em voltar pôr o ponto de atençom na necessidade de mudar o rumo, de girar o leme 180º e aproveitar a riqueza e as potencialidades da nossa mais importante criaçom coletiva como galegos e galegas. Vamos continuar a encorajar as autoridades galegas, e sobretodo a cidadania activa, para aproveitar a oportunidade que nos abre a nossa língua.
O galego é umha fonte de riqueza imensa. A sua desapariçom, na Galiza, seria umha perda e um empobrecimento incalculável. Do ponto de vista identitário e cultural mas, falemos claro, também do ponto de vista económico. Somos o único país do mundo que tem competência nas duas principais línguas románicas com maior pujança mundial. E queremos perder isto? Que sentido tem? Queremos homologar-nos? Com quem?
Temos a OPORTUNIDADE diante de nós, só há que caminhar para a frente com decisom e sem desánimo. A cidadania é consciente da necessidade de aproveitar todas as chances para poder aumentar o nosso bem-estar colectivo, e ainda mais numha conjuntura de crise como a atual. Cada vez mais galegas e galegos tenhem presente o POTENCIAL da sua língua como algo positivo e que nos beneficia.
As autoridades galegas nom deveriam ficar por trás. Num tempo em que estamos tam acostumados a que os governos se desculpem nas directrizes europeias para desenhar o nosso futuro, neste caso sim, deveriam assumir também as recomendações e propostas do Conselho para cumprir a Carta. E assim poder acompanhar a sociedade na nova singradura do galego polos mares da Lusofonia, um oceano onde navega em todo o seu potencial.
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