Quero aplicar a miña ciencia á lingua para pintar a face do noso maior ben colectivo: o galego







xoves, 20 de decembro de 2012

No se puede

por Valentim Fagim, no Portal Galego da Língua:

Recentemente abriu em Compostela um café-restaurante de grandes dimensões. Umha das salas tem um projetor e um ecrám enorme para ver documentários ilustrativos que temperem o nosso espírito e nos fagam conectar com o nosso autêntico ser... nom, nom, é para ver futebol.
Os donos do negócio sabem que é o espaço oferecido é umha vantagem competitiva e telefonam para Canal + a fim de contratar o futebol de pagamento e, ao mesmo tempo, pedem um cartaz corporativo da empresa anunciando que no dado local se pode a ver a Liga. Pedem-no em galego e recebem por resposta três palavras.
APO é um cidadao galego cujo nome, Afonso, e segundo apelido, Outeiro, nom se corresponde com o que aparece no Bilhete de Identidade. Dedica um tempo a recolher documentos de todo o tipo onde Alfonso Otero deixa respirar o Afonso Outeiro, pega em duas testemunhas e vai até o registo civil da vila onde nasceu. Após a espera pertinente é atendido por um funcionário que, como aperitivo sem sal, lhe diz as mesmas três palavras.
As mudanças som difíceis. Somos animais costumeiros, mais parecidos às vezes com os ponteiros de um relógio, tiqui-taque, tiqui-taque... O primeiro passo para a mudança é imaginá-la. Antes de ter um filho, por exemplo, é preciso imaginá-lo, criar imagens em que coexistamos. Depois, podemos tomar umha decisom ou outra. A imaginaçom é a porta de saída do relógio.
O No-se-puede da empregada de Canal –, como também do funcionário do registo civil tem como ruído de fundo tiqui-taque, tiqui-taque, tiqui-taque...

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