Despistáraseme este artigo do pasado 13/11/2010, por Valentim R. Fagim, presidente da AGAL, en Galicia Hoxe:
José, nome imaginário, é um técnico de uma empresa construtora  galega. José foi sempre castelhano-falante e um amigo comum afirma que  nunca o tem ouvido falar em galego, não sendo uma frase ou uma palavra  isolada. Esta empresa tem vários contratos em Angola, país africano que,  nomeadamente graças ao petróleo, tornou-se num país atrativo para o  empresariado. José vai e vem a Angola várias vezes ao ano onde tem que  tratar com diferentes pessoas. Um dia, o amigo comum a ambos, sabedor do  seu monolinguismo sistemático, perguntou-lhe: e em que língua falas com  os angolanos? A resposta foi: Con el gallego, zafo. 
Azilag,  nome imaginário, é um país que tem duas línguas. As duas são  internacionais o que, a priori, é uma riqueza magnífica se sabe  administrar bem. Dá-se mesmo a circunstância feliz de ser o único país  do mundo onde estas línguas estão presentes socialmente. No entanto,  nenhum dos seus governos foi capaz de administrar bem este facto e os  cidadãos e as cidadãs nem conhecem nem usufruem esta riqueza porque  apenas uma das línguas foi aproveitada na sua totalidade. A outra dá  apenas para safar.
Recentemente, no Consello da Cultura Galega, a  presidenta do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho, interagiu com  pessoas relevantes da cultura galega. Um dos temas a tratar foi o ensino  da língua portuguesa no sistema educativo galego. Filipe Presa,  presidente de Docentes de Português na Galiza, informou que atualmente  há 25 centros onde se ensina, de um total de 346. Para além de serem mui  poucos, a estrutura é mui frágil pois não existem vagas específicas,  sendo docentes de outras matérias, com a melhor das intenções e sem  serem fornecidos com os recursos precisos, os que lecionam língua  portuguesa. O professor Filipe usou uma imagem muito esclarecedora para  ilustrar esta estrutura: uma torre de cartas.
Era bom sermos mais inteligentes que em Azilag. O ensino de português nos centros educativos é um oportunidade imelhorável.

 
 
Ningún comentario:
Publicar un comentario