por Ramón Varela Puñal, no Sermos Galiza:
Alá pelos anos 80 do século XX costumava-se afirmar que o problema lingüístico de países como Galiza, Euskadi e Catalunya era um problema de diglossia, ou seja, de desnível entre duas línguas numa determinada coletividade: a língua A, que é a língua de prestígio, de poder, a língua na que se leciona o ensino, a língua que se utiliza em contextos formais e mais solenes; e a língua B, a língua íntima, familiar, a língua que se emprega em contextos informais, como nas relações com a família ou os amigos, a língua desvalorizada entre os utentes dessa língua. Distinguir-se-ia-se do bilingüismo em que neste se utilizariam as duas línguas com um nível semelhante de competência para todas as funções. A solução pregoada e implantada, formalmente, em países submetidos, como o nosso, foi o bilingüismo, que, além de teoria lingüística de equilíbrio das línguas, é uma ideologia ao serviço do poder de turno para poder assimilar mais facilmente a língua dos povos com factos diferenciais que não foram capazes de borrar por meio da repressão, que no caso de Galiza dura já mais de 500 anos. Agora pretendesse conseguir o mesmo objetivo por meio do sistema democrático e prevalendo-se da grande potência dos meios de comunicação de massas, que espalham os usos e costumes dominantes e afogam a diversidade e a diferença.